domingo, 25 de julho de 2010

dores iguais


como qualquer outro caso de amor
desses mal resolvidos
restaremos eu e você
cada um pro seu lado
sofrendo de dores e culpas iguais

nada vai fazer voltar o tempo de nós dois
a vida é como um rio passando apressado
água de ilusão correndo para o mar
nos levando o dom de acreditar
e esperar

o vazio que ficou em mim
não haverá de doer mais
que a solidão em você
cada um pro seu lado
sofrendo saudades iguais

nada vai fazer voltar o tempo de nós dois
já quebramos todos os nossos brinquedos
somos agora duas crianças com medo
de voltar aos quintais

de dentro do silêncio
dos nossos corações machucados
há de nascer uma paz mentida
há de sangrar ainda um muito de vida
sob as cicatrizes mal curadas
de dores tão humanas
e tão iguais

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