terça-feira, 2 de março de 2010

marcas



custa-me à alma
ainda
o sentir a dor antiga
(mais do que nunca viva
fogo
sal
ferida
sob a cicatriz
somente adormecida)

as marcas ficaram
salientes
redundantes
latejantes sob a pele
ardendo-me no olhar
a corrosiva gota da lembrança reprimida

no fundo poço
dos meus dias
passa um tempo devagar
como se nem passasse
mas eu ficando
à margem
de angústias e delírios sempre vivos
no labirinto do que fui
e no qual me perco
sempre

só que
embaixo dessas pedras
dessas cinzas
e de todo o peso deste tempo
ainda há vida

2 comentários:

  1. MARAVILHA ! Parabéns poeta! Abraço, Mel

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  2. http://dinaaciganinha.blogspot.com5 de março de 2010 às 10:11

    Que precioso texto!
    Nada supera o desejo de viver,mesmo amargando a dor da saudade!
    Lindo demais!
    Parabéns pelo seu lindp blog!Estou te seguindo poeta!
    Meu carinhoso abç!
    Diná

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