quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

voltas

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nossos velhos espelhos

já não nos fazem promessas

e umas rugas a mais

nos cantos dos olhos

nos lembram

que é preciso ter pressa


vou deixar a luz de fora sempre acesa

e se você vier numa noite dessas qualquer

vou fingir que é verdade

a falsidade da minha surpresa


me encosta na boca o seu beijo cansado

deixemos que os nossos corpos se entendam

e possam falar por todas as inúteis palavras

(julgamentos, acusações, culpa, pecado...)


porque aquelas

tão ansiosamente esperadas

não se fazem mais urgentes

agora

que tudo (não juremos, por favor!)

é sem mágoa...

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